Na dialética da vida, quem perde são os que vivem. Assim
inicio meu texto buscando entender o porquê de geralmente priorizarmos nossos
interesses em detrimento do interesse maior. Observando o comportamento
daqueles que ao meu redor se movimentam, vejo que pouco se importam com aquilo
que sentimos, mesmo que seja injusto e desde que não seja do interesse do outro
cessar tal sentimento. É nesta seara que me pergunto o que significa para
alguém passar por uma situação que julga desagradável e achar que assim não o
seria para o outro.
Fui convidado a participar de uma audiência onde vários
expunham seus motivos para que algo não acontecesse ou, caso acontecesse, que o
fosse da “melhor” forma possível. Entendi que a melhor forma não é aquela onde
aquele a quem servimos se beneficia, mas os que servem. Foi dado um show de
egoísmo com argumentos para motivos teoricamente justos. Até que ponto não me
convém correr perigo de vida e a outro não? O meu direito de não querer me
expor justifica a exposição de outro? Talvez não, acredito! O fato é que está
ocorrendo.
Os fins justificam os meios. A forma como se procede num fato
determinará o seu desfecho. Como esperar piedade quando agimos com impiedade?
Como não esperar uma reação negativa quando nossas ações se configuraram tal e
qual? Toda ação tem uma reação.