quinta-feira, 28 de março de 2013

MUITA INFORMAÇÃO PARA FORMAR IGNORANTES

O que detona tudo hoje em dia é que deixamos de ser observadores e passamos a ser usuários. Estamos perdendo a capacidade de pensar, de tomar decisões. Como pensar em ciência ou cientificamente se nossa capacidade de auto-observação está se resumindo a usuário e senha? A “posts” com limitação de caracteres?

A internet é uma ferramenta muito poderosa. E precisamos nos perguntar se ela está nas mãos certas. Certamente não defendo que ela deva acabar, pois isso não seria algo inteligente. O grande problema é que em vez de termos uma enciclopédia, agora temos a Wikipedia (já vi citação da wikipedia até em dissertação de mestrado). ISSO É UM AVANÇO?

Quando queremos uma informação é possível conseguirmos muito mais facilmente na internet. Mas aí eu pergunto: estamos recebendo uma informação melhor? E tem mais, muita informação não significa conhecimento, conhecimento não significa compreensão e compreensão não significa sabedoria. Ou seja, estamos mais informados, mas, talvez, menos sábio. E vou mais longe! Estamos mesmo é ficando cada vez mais ignorantes.

Uma das maneiras de espalhar a ignorância não é contar mentiras às pessoas, mas dar a elas informações demais. E é isso que tem acontecido conosco. Informações demais! Isso é pior do que ter pouca informação. Não conseguimos absorver a informação, não conseguimos ter acesso a ela, não conseguimos usá-la. Então qual é o resultado? Dispersão.

Um exemplo lúdico pode ser dado. Eu vivo numa cidade chamada Sobral, localizada numa região geográfica com clima classificado como semiárido. Uma região onde a chuva sempre é bem-vinda. Mas 2.500 mm de chuva certamente não serão benéficos. Imaginemos 2.500 milímetros de chuva em 24 horas em Sobral. Que nome daríamos a isso? Desastre. Mas a chuva é boa. Cada gota é boa. A quantidade de chuva acima de um determinado limite é um desastre. Da mesma forma ocorre com a informação.

Queremos saber sobre todos os assuntos. Podemos entrar na internet agora e tentar encontrá-los. Tudo está disponível lá. E veremos milhares de artigos sobre tudo em todos os idiomas. Com toda a certeza eu posso afirmar que depois de um tempo não os leremos. Da mesma forma eles não nos trarão informação alguma. E, mais uma vez, voltamos ao problema básico de avaliar o que se tem, separar as coisas e lidar com o que se tem. Perdendo esta capacidade, como poderemos nos classificar como seres pensantes? Infelizmente pensar e obedecer estão virando sinônimos. Estamos ganhando em quantidade e perdendo em qualidade. Mas há luz no fim do túnel.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Toda ação tem uma reação


Na dialética da vida, quem perde são os que vivem. Assim inicio meu texto buscando entender o porquê de geralmente priorizarmos nossos interesses em detrimento do interesse maior. Observando o comportamento daqueles que ao meu redor se movimentam, vejo que pouco se importam com aquilo que sentimos, mesmo que seja injusto e desde que não seja do interesse do outro cessar tal sentimento. É nesta seara que me pergunto o que significa para alguém passar por uma situação que julga desagradável e achar que assim não o seria para o outro.

Fui convidado a participar de uma audiência onde vários expunham seus motivos para que algo não acontecesse ou, caso acontecesse, que o fosse da “melhor” forma possível. Entendi que a melhor forma não é aquela onde aquele a quem servimos se beneficia, mas os que servem. Foi dado um show de egoísmo com argumentos para motivos teoricamente justos. Até que ponto não me convém correr perigo de vida e a outro não? O meu direito de não querer me expor justifica a exposição de outro? Talvez não, acredito! O fato é que está ocorrendo.

Os fins justificam os meios. A forma como se procede num fato determinará o seu desfecho. Como esperar piedade quando agimos com impiedade? Como não esperar uma reação negativa quando nossas ações se configuraram tal e qual? Toda ação tem uma reação.